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REPORTAGEM DO VALOR ECONOMICO - PORTO DE IMBITUBA

29/12/2014

Imbituba ganha competitividade

 

Segunda, 22 Dezembro 2014 07:55

        Portos e Logística

         

         

O porto de Imbituba (SC) ampliou a capacidade de recepção e agora pode atender os maiores navios que frequentam a costa, os chamados super pós-panamax. A Marinha autorizou o novo modelo devido aos ganhos obtidos com a dragagem, que criou um canal de navegação com 17 metros de profundidade e aprofundou os acessos aos berços de atracação e os berços para 15,5 metros e 15 metros, respectivamente.

Apesar de as novas medidas ainda não estarem homologadas, o órgão alterou o modelo máximo de navio para aproveitar os ganhos já garantidos.

Desde novembro embarcações com até 333,2 metros de comprimento, 48,30 metros de largura e 11,30 metros de calado podem acessar o porto. Na maré cheia, o calado máximo autorizado sobe até um metro, para 12,30 metros - como em Imbituba os navios chegam ou saem parcialmente carregados, esse calado atende à necessidade do momento. Até então, o calado permitido era pouco maior, de 11,80 metros, mas só embarcações com até 290 metros de comprimento podiam entrar no porto.

"A dragagem nos colocou em outro patamar. A expectativa é ter em janeiro esse processo concluído, com um calado entre 14 metros e 14,5 metros", disse ao Valor Luís Rogério Pupo, presidente da SC Participações e Parcerias, administradora do porto. A obra custou R$ 36 milhões, sendo R$ 33 milhões oriundos do Plano Nacional de Dragagem, do governo federal, e o restante do governo do Estado.

Quando a homologação das novas medidas ocorrer, Imbituba poderá receber a geração de 366 metros de extensão, que não frequenta o país. A perspectiva de Pupo é que isso se dê no início de 2015.

"Imbituba definitivamente entrou na disputa e, com a pressão que os donos de cargas têm feito sobre os armadores para redução de preços, a tendência é que novos serviços de navegação venham para cá", disse Marcos Tourinho, diretor comercial da Santos Brasil. A companhia opera o Tecon Imbituba, terminal de contêineres que deve ser um dos que mais rapidamente capitalizarão a recente mudança, pois os navios de contêineres são os de maiores dimensões.

Segundo Tourinho, diferentemente dos demais portos catarinenses, Imbituba não tem limitações para manobrar este tipo de embarcação devido às suas condições naturais e tem um mix de custos mais atrativo.

A companhia está negociando com armadores e crê que pelo menos dois serviços de longo curso sejam incorporados à carteira em 2015. Hoje, o Tecon Imbituba opera quase vazio - os volumes movimentados representam menos 10% de sua capacidade anual, que é de cerca de 650 mil Teus (unidade de contêiner de 20 pés). Hoje são dois serviços, um de longo curso, na rota com o Golfo do México e Caribe, e outro de cabotagem. Em breve será repatriada outra linha de navegação doméstica.

De acordo com Tourinho, o comércio exterior não têm crescido e a concorrência entre os terminais de contêiner do Sul é "dura". Em geral, diz, "a carga" sempre tem muito receio de trocar de porto. "Mas agora os diferenciais competitivos estão ficando mais claros".

Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | De Santos

 

 

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