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COMÉRCIO DO BRASIL COM OS EUA NÃO ESTÁ AFETADO, DIZ SECRETÁRIO DA CÂMARA DE COMÉRCIO EXTERIOR

15/04/2014

Os canais de comércio do Brasil com os Estados Unidos continuam abertos apesar dos casos de espionagem envolvendo a nação norte-americana e o seu parceiro comercial mais importante do Mercosul, afirmou nesta terça-feira (15/4) o secretário executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), André Alvim de Paula Rizzo.

"É uma relação tranquila no meu modo de ver. Há um problema pontual, mas em outra esfera", afirmou o secretário, ao participar da reunião do Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Em sua avaliação, Rizzo afirmou que o mal-estar gerado entre os dois países afeta outros lados, "mas estamos tentando separar comércio de diplomacia".

Mesmo com a relação "tranquilamente administrável", o secretário acredita que o Brasil ainda está longe de alcançar um acordo de comércio bilateral com os Estados Unidos.

"Até evoluir para um acordo vai demorar, mas o comércio está sendo feito sem problemas. Estamos com dificuldade de vender, comprando muito e vendendo pouco, mas isso é do jogo e também da nossa estrutura interna", afirmou Rizzo.

Em janeiro deste ano, os EUA exportaram US$3,5 bilhões para o Brasil e importaram US$ 2,27 bilhões, segundo informações do Departamento de Comércio norte-americano.

Rizzo acredita que o único mal-estar gerado na relação do Brasil com os Estados Unidos foi o cancelamento da viagem à nação norte-americana por parte da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi motivada pela divulgação de documentos relevados pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden que mostraram que os EUA monitoraram comunicações de cidadãos brasileiras e da presidente.

"Houve o cancelamento da viagem, mas isso não está refletindo no campo econômico", afirmou.

Mercosul e acordos

Ao apresentar as ações da Camex para os membros do Coscex da Fiesp, Rizzo afirmou que discutir se o Mercosul, bloco econômico do Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina, continua ou acaba é decisivo.

"O Brasil teve vantagem durante todos os 20 anos de acordo do Mercosul com relação aos seus parceiros e discutir hoje se vai ser para mais ou para menos, se acaba ou se fica como está é uma questão crucial", disse o secretário.

Sobre possíveis acordos bilaterais com países da Europa e outras nações, Rizzo afirmou que "o mercado interno brasileiro está na pauta de todos os países do mundo".

"Se eu falar que quero acordo com o Japão ele vai querer, com Canadá eles vão querer", afirmou. "Quem não quis foi o México. Marcamos a primeira rodada que ocorreria em de 2011 e, faltando mais ou menos 10 dias, o México revogou", lembrou o secretário. "Não foi falta de interesse do Brasil, essa era a nossa pauta e seria um acordo bem amplo", reiterou.

 

Fonte: Agência Indusnet Fiesp

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